segunda-feira, 7 de setembro de 2009

SAÚDE - É POSSIVEL BAIXAR OS CUSTOS?

De congresso em congresso, de "oficina em oficina", fóruns, seminários, palestras - onde quer que se discuta Sistemas de Saúde, especialmente o SUS, o financiamento e o "custeio" estarão sempre no topo da agenda dos debates.

As "corporações" que se relacionam no "mercado" de saúde, cada uma do seu jeito e com seus interesses - mesmo que legítimos, desafiam o governo a incrementar cada vez mais recursos para remuneração dos serviços de assistência a saúde do cidadão.

Sem entrar no mérito dos interesses, lembro que o tema "hierarquização" do sistema (que é constitucional), fica quase sempre (ou sempre) fora do debate. As pessoas (leigas) esquecem que o custo de qualquer sistema de saúde, seja ele privado ou público depende fundamentalmente do processo utilizado para organizá-lo e das regras que são estabelecidas para que o Sistema, seja usado pelos usuários!

Não é possivel imaginar que as pessoas, a partir de um sintoma primário (não agudo), possam decidir acessar uma consulta especializada em neurologia, só porque seu "sintoma" seja uma dor de cabeça.
Essa "obviedade" no entanto faz parte do cenário de muitos municípios que tem como responsabilidade organizar e gerir o nivel primário de atenção. Conheço alguns que chegam a contratar um cardiologista para atender como médico na Unidade Básica de Saúde - pior ainda é contratar o profissional como integrante da Estratégia Saúde da Família.
Não é preciso conhecer da gestão do SUS para saber que nesse Município o perfil de morbidade vai estar relacionado na concentração de serviços de diagnose e terapias na area do Sistema Cardiovascular e seus custos relativos(alto!).

Esse é apenas um exemplo. Muito mais lamentável ainda é a falta de acompanhamento do Ministério da Saúde - através do seu sistema de auditoria, que permite a continuídade de tal fato.

Tenho as minhas dúvidas se de fato investimos pouco no financiamento do Sistema Único de Saúde. Se nos voltássemos para entender melhor qual é a "logica" de organização de um Sistema de Atenção a Saúde, especialmente o nivel primário e a compreender qual o papel que o processo de hierarquização e regionalização dos serviços tem no contexto de resolutividade e custos, o SUS poderia estar fazendo muito mais do que já faz!

Norival Silva
Consultor